9 de jun. de 2009

Revista!

No penúltimo semestre de Jornalismo, aprendemos a escrever matérias com texto de revista, que usa uma linguagem mais literária, com descrições e personagens.
Para escrever meu texto em revista, escolhi uma pauta que a algum tempo eu já tinha vontade de escrever, mas que faltava a oportunidade. E a linguagem literária proporcionou isso, devido ao sentimento incluso no texto.
Escrevi sobre as pessoas que se dedicam as outras, àquelas que deixam de lado suas vidas, sonhos e vontades para cuidar de seus entes queridos.
Confeso que não foi muito fácil convencer as fontes a darem entrevista, pois muitas dessas pessoas não gostam de falar sobre as dificuldades que encontram em suas vidas. Sinto um pouco de tristeza por não ter entrevistado alguém que se dedica à um filho ou neto, mas fico satisfeita com as histórias que ouvi. Pois tive a oportunidade de conhecer pessoas que são felizes por ajudar as outras.
A matéria você confere aí em baixo! hehehe

O preço da solidariedade

Vivemos em um mundo globalizado, onde a tecnologia já tomou conta das nossas vidas e as batalhas em busca de um lugar ao sol são diárias. As pessoas correm para todos os lados e estudam, trabalham se qualificam para chegar cada vez mais alto. Mas enquanto isso, uma pequena parte da população PARA. Deixa de lado parte de suas vontades e expectativas e passam a se dedicar as outras, aquelas que precisam de ajuda, carinho e atenção.
Geralmente pessoas com doenças graves ou mais velhas ficam aos cuidados de enfermeiras ou mesmo desconhecidos, pois os mais próximos geralmente não têm tempo e nem vontade de cuidar deles e por isso contratam outras pessoas ou procuram um colégio interno, um asilo, enfim qualquer outro lugar. Essa sem dúvida é a saída mais prática e menos trabalhosa, mas há aqueles que mesmo com dificuldades, se esforçam e se dedicam aos outros.
Como a dona Maria José Gonzaga, 58, que cuida de sua mãe de 97 anos e que está há 12 com Mal de Alzheimer. Devido a sua idade e a doença já muito avançada, dona Ana é totalmente dependente de cuidados. Maria José é professora e sempre trabalhou em escolas, mas para ficar mais próxima de sua mãe e também por dificuldades financeiras, optou por dar aulas particulares em casa, assim pode continuar trabalhando sem deixar sua mãe sozinha.
A rotina é exaustiva, explica Maria José, é preciso cuidar de tudo, dar banho, trocar de roupa, passar óleo no corpo, dar comida, ajeitar na cama de modo que ela não se machuque e tudo com o máximo de cuidado, pois devido a idade a pele de dona Ana se desfaz facilmente, causando cortes e machucados, que unidos aos problemas financeiros são as maiores dificuldades de todo o cuidado. Mas a professora diz que sempre gostou de ajudar as pessoas e que sente prazer em cuidar de sua mãe com quem sempre teve uma relação de amor.
No início ela mantinha um sentimento de revolta, devido às dificuldades e o desinteresse de seu único irmão, que não faz nada para ajudá-la, Maria José conta que pensava muito no por que disso e que pensava que sua mãe não merecia passar por isso. Mas um dia, uma pessoa lhe disse que ela tinha sorte em cuidar de sua mãe, pois seria muito mais doloroso se ela tivesse que cuidar de uma de suas filhas doentes. “Agradeço hoje por passar isso com a minha mãe e não com uma filha e fico feliz por eu conseguir cuidar dela” diz calma e esperançosa Maria José.
Depois desse dia, ela começou ver as coisas com outros olhos e hoje acredita que as recompensas por todo esse cuidado com sua mãe, está refletida nas coisas boas que acontecem com ela e com suas filhas.
Segundo a psicóloga Rose Maira Clemente, para cuidar das pessoas não é preciso uma teoria aplicada, mas sim vontade, pois a teoria e a pratica servem para que tratamentos e cuidados tenham bons resultados. Então o que motiva as pessoas é o amor, é saber que pode ajudar a fazer outro feliz, mesmo com problemas e dificuldades, pois quando a pessoa se sente motivada ela mesma se anima e tenta mudar.
Alguns destes “anjos” deixam de lado seus sonhos e vontades em prol do próximo. Se anulam por um tempo para cuidar daqueles que já estiveram eu seu lugar, com o mesmo amor e carinho. O que acontece com Jorgina Alderete, que há cinco anos veio morar em Campo Grande com o intuito de trabalhar e realizar seu sonho de fazer o curso de Ciências Contábeis. Mas na mesma época em que veio para capital, seus pais adoeceram, sua mãe quebro o fêmur, o que a deixou dependente para andar e seu pai com problemas no pulmão e na vista também já precisava de cuidados constantes.
Ao se deparar com tal situação, Jorgina e uma de suas irmãs decidiram trocar o sonho pelos carinho e cuidados com seus pais. Ela explica que não gostaria de outra pessoa cuidando de seus pais e que mesmo com muitas dificuldades, seus 11 irmãos os ajudam nas despesas da casa e nos cuidados com os pais. “A minha recompensa é de me sentir muito bem por poder cuidar deles enquanto estão vivos”diz Jorgina ao falar de como é ter uma pessoa que depende dela pra tudo.
Jorgina se diz motivada pelo amor que tem por seus pais e por reconhecer e respeitar a dedicação que eles tiveram, ao criar os onze filhos, e que hoje ela sente como uma forma de recompensá-los. “É a minha vez de cuidar deles”, diz ela.
Assim como no poema de um autor desconhecido, que diz “E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio, de ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes. O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que não tinha com quem contar para dividir sua solidão, sua angústia, seus desejos. Alguém que sonhava ser mais feliz, e pode comigo descobrir que isso só começa quando a gente consegue realmente se conhecer e se aceitar".

7 de abr. de 2009

Jornalistas de verdade



Depois de muito e muito tempo eu voltei. Hoje Dia do Jornalismo, venho parabenizar e defender todos aqueles que são apaixonados por essa profissão. Afinal, todos nós quando decidimos cursar jornalismo sabíamos das reais condições e dificuldades que enfrentaríamos. Por isso considero os jornalistas profissionais apaixonados, pois é isso mesmo que somos, apaixonados pela vida, pela informação, pela notícia, pelas pessoas.
Falem o que quiserem, que jornalista é individualista, egoísta, que se acha, mas não é bem assim a verdade é que amamos o que fazemos e por isso defendemos a nossa classe. Atualmente vemos a obrigatoriedade do diploma pra jornalista, em votação no Supremo Tribunal Federal, o que na minha opinião é uma grande “palhaçada”, pois nada me convence de que o diploma não é necessário. Não bastando isso, ainda vejo jornalistas contra a obrigatoriedade do diploma, alegando ainda que a formação não é imprescindível. É fato que existem profissionais de baixa qualidade e que universidades se prendam na concorrência do mercado de trabalho, mas isso não acontece só no jornalismo, mas em todas as profissões.

Dizem que o jornalismo é uma profissão intelectual, na tentativa de explicar que a universidade não oferece uma formação humana para o jornalista, mas espera aí, primeiro que caráter e ética não se aprende em quatro anos de formação, segundo que não vivemos mais na época em que jornalistas eram intelectuais e polêmicos. Acredito que essas explicações são uma tentativa de fugir da realidade, pois os tempos mudaram e não só para o jornalista, todos precisam se qualificar, mesmo porque é cada vez mais fácil fazer uma faculdade.

Também acho uma besteira comparar o Brasil com países desenvolvidos que não exigem o diploma, não é por que isso dá certo lá que vai funcionar aqui também. Imaginem só um monte de gente que nunca fez um lide pedindo emprego em um jornal de grande circulação, só porque leu alguns livros e se considera preparado. Não consigo achar isso normal, é necessária sim uma qualificação. Estou no último ano de jornalismo e posso afirmar que agora me sinto preparada, pois tive muita base teórica e prática durante esses anos, fui preparada por profissionais experientes e qualificados. Posso não ser a mais intelectual das jornalistas, mas com toda certeza aprendi e ainda aprendo muito na faculdade e sinceramente acredito a qualificação é sim imprescindível, para qualquer profissional.

Para terminar fico com a frase do Sindicato dos Jornalistas de Campo Grande “Jornalista de mentira deforma a verdade”.

Parabéns á todos.

27 de dez. de 2008


"Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo!

Que tudo se realize no ano que vai nascer,

muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!"


Amigos.. hoje vim desejar um maravilhoso ano novo para todos!
E que nesse ano que se inicia, sonhos sejam realizados, todos movidos pelo encanto e a sinceridade, da Paz e do Amor! Além disso, desejo Saúde e toda a felicidade que existe no mundo! Regados, é claro, por muita informação e trabalho de boa qualidade! rsrs

Aos meus amigos de sala, só tenho sorte e companheirismo a desejar! Pois é exatamente o que precisaremos em 2009. Ano em que nossos sonhos se realizaram, ano em que trabalharemos com garra e esperança de nos tornarmos jornalistas!!! Profissionais da comunicação, amantes da boa informação. Hoje me antecipo ao falar que sentirei saudades, de todos que vivem comigo há quase quatro anos e que certamente farão parte da minha vida eternamente, por tudo que vivi e que ainda irei viver com meus queridos jornalistas!

Assim fico por aqui! Volto só no ano que vem!

Beijos a todos!!!

Priscilla Peres

14 de dez. de 2008

Entrevista com o professor Eron Brum sobre o autor John Steinbeck



Para falar de um grande jornalista que foi John Steinbeck, nada melhor que um dos mais renomados profissionais da área em Mato Grosso do Sul, como o professor Eron Brum. Graduado em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), Mestre e Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo(USP).

1) Como e onde conheceu as obras do autor?
EB – Foi lá pelos anos de 1970. Li referências ao livro Viagens com Charlie no jornal O Estado de São Paulo e gostei da trama. É um romance com estilo de livro reportagem. Steinbeck transformou um caminhãozinho em motor home e realizou uma série de viagens pelos Estados Unidos em companhia de Charlie, seu cachorro. Suas rotas eram fora das cidades e lugares badalados. Conversou com pessoas simples, ‘invisíveis’, e descobriu outra nação. Recomendo aos jornalistas que leiam esse livro e, depois, lembrem-se sempre dele quando estiverem entrevistando os detentores de poder – político, intelectual, econômico - e dêem voz também aos anônimos. Vão ficar surpresos.

2) Quais obras são as preferidas?
EB – Pergunta difícil de responder, em especial quando se trata de Steinbeck, um dos três autores estrangeiros do século passado que mais gosto (os outros dois são Italo Calvino e Herman Hesse). Mas, vamos lá. Penso que a trilogia Luta Incerta (1936), que relata a luta dos trabalhadores agrícolas da Califórnia, Ratos e Homens(1037), sobre as relações e conflitos de dois trabalhadores imigrantes, e As vinhas da ira(1939), a saga e o sofrimento da exploração dos trabalhadores itinerantes e sazonais – é um caso semelhante aos nossos bóias-frias – este terceiro considerado pelos críticos como a sua obra-prima. Não posso deixar de citar um livro especial, Romance Reportagem(primo dos nossos conhecidos Livros Reportagens), Um diário russo(1947). O tema é fascinante, pois Steinbeck viajou para a então União Soviética, durante o período chamado de Guerra Fria, para checar o ‘outro lado’ das informações veiculadas pela impressa norte-americana. Outra grande lição de jornalismo. E para terminar as citações, outro livro fascinante: A rua das ilusões perdidas.

3) Como utiliza o conhecimento que tirou dos livros no dia-a-dia, tanto na vida pessoal como no trabalho?
EB – A ficção é sempre uma grande e boa surpresa, pois, na maioria das vezes, é pura realidade. O jornalismo busca a objetividade, trabalha com o lado visível dos fatos. A ficção, ou melhor, a literatura, nos ensina a mergulhar no invisível, lugar rico de realidade. Juntando as duas coisas, o visível (jornalismo) e o invisível (literatura, ficção), o jornalismo e o nosso cotidiano se enriquecem. Veja só que fantástica esta frase: “Quando a gente volta tudo àquilo que gostaríamos que estivesse igual está diferente, e tudo aquilo que gostaríamos que estivesse diferente está igual”. A frase não é de Steinbeck, mas de outro escritor norte-americano. A garimpagem desses fragmentos nos livros ajuda a pavimentar o nosso caminho em busca de conhecimento.

4) O que mais admira no autor?
EB - Três coisas: a temática (social-política), a capacidade de extrair o outro lado dos fatos, normalmente aquele lado obscuro, feio, escondido, cruel; e o texto leve e carregado de conteúdo.

5) Qual a semelhança e diferença que encontra nos jornalistas de antigamente com os de hoje?
EB - Não gosto muito de comparar, pois o jornalismo é uma das áreas do conhecimento que mais sofre mudanças. Como o jornalismo é iluminado pelos holofotes do conhecimento das outras áreas, as transmutações são inevitáveis. Hoje, por exemplo, ainda não assimilei o Jornalismo de Espetáculo, Jornalismo Show, ou o Jornalismo dos Manuais. São necessários? Sim. Prefiro ficar por aqui.